Domingo é o Dia Internacional do Cão de Resgate. Em SC, eles ajudam Bombeiros há 10 anosEles enfrentam o fogo, mata fechada, escombros, deslizamento de terra e desafiam correntezas em épocas de enchente. São fundamentais para pessoas em perigo, mas encaram as condições adversas como uma grande brincadeira.
Neste domingo, o mundo presta homenagem para eles. São os cães de busca, resgate e salvamento. No Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de Santa Catarina existem 12 cachorros com este tipo de treinamento. Todos são labradores.
A corporação comemora em 2013, 10 anos de atuação com este tipo de cão. O objetivo é encontrar pessoas com ou sem vida. Mas eles também ajudam em projetos de cinoterapia desenvolvidos em escolas, hospitais e associações.
Também atuam em locais de crime, auxiliando a polícia. Neste caso, a tarefa é mais difícil porque o principal recurso deste tipo de cão é o olfato. Com mais de 200 milhões de receptores de odores, 40 vezes mais do que os seres humanos, os cachorros têm habilidade especial para encontrar o que procuram.
Geralmente, num homicídio por exemplo, o autor do crime envolve o corpo da vítima em diversas camadas de tecido ou plástico e em algumas situações ainda colocam cimento por cima. O odor acaba não saindo para a superfície.
Outra questão é que os crimes são casos mais complexos porque a polícia precisa dar informações que norteiam as buscas. Uma pessoa perdida é mais fácil de ser encontrada porque tem uma sequência lógica de ações que auxiliam o cachorro em busca de seus rastros.
Um cão de resgate sozinho consegue "varrer" a mesma área em que seriam necessários 30 homens. Não quer dizer que substitua o ser humano na solução de crimes e salvamento, é utilizado como ferramenta para potencializar a ação das pessoas.
Falecido cão Avaí no dia de sua aposentadoria quando ganhou coleira de louros. Foto: Corpo de Bombeiros / Divulgação
Avaí foi o primeiro cão a atuar em resgate em Santa Catarina
O CBM de SC trabalha desde 2003 com cães de busca, resgate e salvamento, mas foi em 2004 a primeira atuação. O cão Avaí, que já faleceu, conseguiu encontrar o corpo de uma vítima resgatada entre os escombros do prédio dos Correios de Içara, que caiu.
Os Bombeiros no Estado tem uma coordenadoria específica para a cinotecnia, o estudo da anatomia, comportamento e psicologia dos cães.
— Nossa alegria é poder ajudar as pessoas. E nosso lema é que nenhum local é inatingível. Trabalhamos no alto da montanha, no canyon, nos escombros e nos rios — diz o coordenador geral do serviço de cães de busca, resgate e salvamento do CBM de SC e comandante da região de Xanxerê, Walter Parizotto.
O comandante Parizotto é "pai" de Xanxerê, que está aposentado e é filho do falecido Avaí. O bombeiro também adotou Malu, três anos.
— Ela nasceu nos Ingleses, é manezinha. E está na ativa, voando_brincou o comandante.
Amostra de tecido humano é o brinquedo de treinamento
Os cães de resgate do Corpo de Bombeiros de SC estão na terceira geração. Uma linhagem própria com matrizes importadas foi desenvolvida. É a única corporação de BM no país com um programa de certificação interna e processo de certificação internacional, a Organização Internacional de Cães de Resgate (IRO), com sede na Áustria.
A fase de treinamento começa com a triagem na ninhada. O cão ideal deve ser dócil, ter inclinação natural para farejar, ser resistente, ter sentido de cooperação, coragem e inteligência.
De acordo com o comandante Walter Parizotto, quando um filhote é escolhido para fazer parte da equipe, ele vai morar na casa do bombeiro com a família dele para criarem laços profundos. No primeiro treino, o bombeiro deve se esconder do cão.
— Isto é muito importante porque o condutor dele é a pessoa que ele mais ama e confia. É a pessoa que vai dar o comando, por quem ele vai mais longe e enfrentar as condições mais adversas. Quando o condutor manda, a ordem é inquestionável — explica Parizotto.
Por isso, seu principal comando nunca pode ser falado fora do trabalho. É a palavra "busca". Para os cães, procurar pessoas é uma aventura. Eles treinam com um brinquedo, que é uma amostra protegida de tecido humano. Só não fazem resgate no mar porque a água salgada prejudica seu olfato apurado.
Bombeiro Sílvio Mendonça mora com o filhinho e o cão Google. Foto: Rafaela Martins / Agência RBS
PARA SEU FILHO LER
Domingo se comemora o dia mundial dos cachorros de resgate. Eles tem treinamento especial para ajudar as pessoas perdidas na mata, em rios ou em dias de chuva muito forte como enchentes. Até de helicóptero eles andam.
Em Santa Catarina, existem 12 cães assim. Fazem parte do Corpo de Bombeiros Militar. Todos são da raça labrador, que é muito boa para buscas porque é de caça, tem ótimo faro e são doces.
As fêmeas são a Malu, Kolli, Find e a Mel. Os machos são o Zorg, Brasil, Arcanjo, Thor, Ice, Theo, Áquila e o Google. Os bombeiros brincam que se o cão Google não encontra alguma coisa é porque não existe.
Tem duas fêmeas que ainda estão aprendendo. São a Índia, de seis meses e a Vida, com quatro meses de idade. Com um ano e meio estarão prontas para o trabalho.
Para os cães, encontrar pessoas é uma grande brincadeira, tipo esconde-esconde. No final, ganham carinho e petiscos como sardinhas. O preferido são salsichas. Adoram.
Eles se aposentam quando estão com 10 anos. Daí, só comem e dormem. É o caso do cão Xanxerê. Ele adora banana e é filho do Avaí, o primeiro cão de resgate de Santa Catarina, que infelizmente já morreu.
Cada cachorro trabalha sempre com o mesmo bombeiro. E mora junto com ele e sua família.
Dormem na própria caixa de transporte porque quando vão para uma operação e no intervalo precisam descansar, eles se sentem seguros e acolhidos nas caixas.
Os cães tomam banho uma vez por semana, mas não com xampu. É com sabão de côco ou neutro para a camada de proteção da pele não sair. Eles gostam muito de tomar banho.
E amam brincar com as crianças.
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