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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como calcular a real idade humana de seu cachorro?


Multiplicação por sete não se aplica em todos os casos, dizem especialistas, já que expectativa de vida do cão muda conforme seu tamanho.Cãozinho (BBC)

É comum ouvir que devemos multiplicar por sete os anos dos cães para termos ideia de sua idade em aspectos mais humanos. Mas será que isso é verdade?
A minha terrier Meg morreu há alguns meses, com 19 anos e quatro meses. Foi quando lembrei dessa multiplicação, o que faria com que minha cadela tivesse improváveis 135 anos “humanos” ao morrer.
Não se sabe de nenhum humano que tenha vivido além dos 122 anos.
Mas se a multiplicação por sete está equivocada, como fazemos um cálculo mais preciso da idade dos cães?

Raças maiores e menores

Os cães são a espécie de mamíferos mais diversa do planeta. Podem variar em peso – de 3 kg a 90 kg – na idade adulta, em tipos de corpo e em pelos.
Isso significa também que há grandes variações de expectativa de vida entre as raças. E, curiosamente, cachorros pequenos tendem a viver mais do que os grandes.
“A correlação estatística entre expectativa de vida e tamanho costuma ser positiva – gorilas, elefantes e baleias vivem muito mais do que roedores, por exemplo”, diz Daniel Promislow, professor de genética da Universidade da Geórgia (EUA).
Por que, então, cães são uma exceção? Promislow tem uma teoria: “A doença que tem a maior correlação com o tamanho (do animal) é o câncer”, diz.
Sendo assim, como o risco de câncer aumenta com a idade, e cães maiores têm até 50% de risco de morrerem dessa doença, as raças maiores geralmente têm vida mais curta do que as menores (nas quais as chances de morrer de câncer caem para 10%).
Isso acontece mesmo se levarmos em conta que as raças menores atingem a maturidade mais cedo.
“Ao chegar à vida adulta, os cachorros menores vivem mais”, diz Kate Creevy, professora também da Universidade da Geórgia. Em outras palavras, a juventude dos cães pequenos é curta, mas sua vida adulta é longa.
Os cachorros maiores, no entanto, levam até 2 anos para a maturidade do esqueleto e, depois, podem viver menos, entre quatro e cinco anos em alguns casos.
O buldogue, por exemplo, vive em média até os seis anos, enquanto um border terrier tende a viver uma média de 14 anos.

Mais velho que um humano

Então, veja que curioso: na conversão em “idade humana”, um cão pequeno é mais velho do que um grande aos 2 anos, porém mais novo aos 5 anos.
“Isso não acontece com nenhum outro animal”, diz Creevy. “É possível que, ao criarmos cães com tamanhos tão diversos, tenhamos ‘desmascarado’ esse fênomeno da idade.”
Ninguém sabe explicar a origem da teoria da multiplicação por sete – ou, pelo menos, ninguém reivindica responsabilidade por ela. A ideia começou a aparecer em livros de matemática dos anos 1960, pedindo para que crianças calculassem a idade canina nessa proporção de 1 para 7.
Mesmo assim, a estimativa não é ruim para a espécie canina como um todo.
Se levarmos em conta as diferentes taxas de envelhecimento no início da vida do cão e a diferença entre as expectativas de vida, uma estimativa mais precisa seria de seis anos caninos para um ano humano.
No entanto, se olharmos aos dois extremos, veremos que um buldogue terá em média 13 anos para cada ano humano, enquanto um mini Dachshund terá quatro para um.
E quanto à minha cadelinha Meg? Ela não tinha 135 anos ao morrer, mas sim 109, indicam os cálculos. Uma velhinha em termos humanos, mas não tanto. Acho que ela ficaria satisfeita em saber.

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